segunda-feira, 2 de janeiro de 2012

PAPEL EM BRANCO

Antes de escrever esta crónica, estive algum tempo a visualizar esta página em branco; era apenas um pedaço de papel sem qualquer encanto. Bastaria uma pequena frase, um poema ou um desenho de criança... Poderia vir a ser uma carta de amor para se transformar em algo muito especial. Mas era apenas uma página em branco. Contudo, tinha a sua importância. E eu conhecia o seu grande potencial; poderia se tornar o que eu desejasse, e estava prestes a ser a minha conexão com centenas, talvez milhares de pessoas, que ao passarem os olhos por ela, perceberiam logo a minha intenção.
            Assim também é a vida. Surgimos no mundo e temos toda a vida pela frente para "escrevermos" a nossa história. Começamos com o primeiro passo, as primeiras palavras, as primeiras descobertas, com as experiências dos nossos primeiros conselheiros.
            Mas a vida é muito maior, é um livro de recordações, que conjuga prosa e poesia, ilustrado com imagens de todos os tipos. Cada pessoa tem o seu. Alguns "livros" são grandes, e contam histórias extraordinárias e felizes. Os menores, apesar das poucas páginas escritas, são muitas vezes autênticos contos de fadas.
O importante é que a certo ponto das nossas vidas, possamos cada qual folhear as páginas das nossas vidas e sentirmo-nos orgulhosos; concluirmos que a vida foi uma grande aventura, e ainda sejam muitos os personagens envolvidos, cada livro tem um único autor, que é também o personagem principal.
            Todos os dias a vida nos revela uma nova página em branco ao amanhecer, uma oportunidade de criar uma história mais bonita, mais produtiva; uma verdadeira oportunidade de tornar os sonhos uma realidade.
           
Não deixe nenhuma página em branco para trás, porque enquanto houver vida, haverá sempre uma história por escrever.


Renato Córdoba
cronicas.up@gmail.com

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